Uma das principais ferramentas jurídicas para empresas endividadas, a recuperação judicial ganhou status de salvação para empresários. O que pouca gente percebe é que esse importante instrumento pode, na prática, não fazer milagre.
Análise realizada pela EXM Partners aponta que menos de 30% das solicitações de recuperações judiciais são aprovadas pelos credores.
Para Elias Mubarak Júnior, sócio do escritório Mubarak Advogados Associados, o baixo percentual de sucesso pode ser atribuído ao tempo de reação das empresas. “A demora em solicitar o pedido de recuperação, causada, principalmente pela resistência do devedor, ocasiona o ajuizamento em condições desfavoráveis, tanto perante aos credores como em relação à própria sustentabilidade do negócio”. Além disso, com a extrema dificuldade econômico-financeira da empresa e seu reduzido capital de giro, os planos tendem a apresentar prazos de carência mais estendidos e condições de pagamento não atrativas aos credores.
“Para o êxito da recuperação judicial é preciso abranger todos os detalhes, sendo fundamental que cada elemento disponível no plano seja legítimo para realizar as próximas ações”, alerta Mubarak.
Nessa questão, a experiência de uma consultoria especializada pode ser outro diferencial, pois ela irá atuar em diversas frentes, como na avaliação da estrutura, não apenas de pessoas, mas de custo como um todo, redução das operações, vendas de ativos e no alongamento da dívida da companhia.
ELIAS MUBARAK JÚNIOR